sábado, 18 de abril de 2009

Carta nocturna


Ignoras-me.
Apagaste-me como a um traçado riscado de uma folha amarrotada.
Por vezes, sinto-te na tua ausência, como se a tua pele chamasse a minha, de noite,... enquanto chove lá fora.
Acordo pela madrugada e são os teus olhos que vejo nos meus.
Por vezes, oiço o teu sorriso pelas paredes do quarto.
Mas, o teu aroma evaporou-se. _______________
Queria ser o teu principe encantado mas, não passo de um patinho feio.
Podia a nossa história ser a do lago dos cisnes.
É nisto que penso quando durmo acordado.
Nisto e, em histórias que não me contaram em pequeno.
Há dias, tive um impulso que não controlei e procurei despertar-te para mim.
Nem o sorriso encontrei, o teu riso não se ouviu e penso que dormias, bem longe, noutro hemisfério.
Dizem que as almas que se amam comunicam telepáticamente.
Acho que te apareço em sonhos porque, de noite falo muito contigo.
Acordo frio de tanta insónia.
Acho que um dia acordarei morto. Aí, vou transportar o meu corpo etéreo para o teu lado e dormirei sempre na tua mão.

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PTM