domingo, 30 de dezembro de 2007


- Toma.- disseste- É para leres só para o ano. Só para o ano. Está aqui o que não consigo dizer-te porque quando estou contigo não alinhavo sequer as palavras quanto mais os sentimentos.
Foi exactamente assim que me disseste.

Guardei o envelope bordeaux na mão . Era rectangular e eu não o queria dobrar. Abri a pasta e coloquei-o lá dentro. Afinal, agora desde que vivo sózinho não corro qualquer risco de que possam lê-lo também para além de mim.
Mas abri-o hoje. Há dias que me queima as mãos cada vez que lhe pego e o olho com curiosidade. É de um papel acetinado. Bonito. Sem aroma. Parecido com o gesto com que mo deste.
Abri-o e li.

Começava com o meu nome escrito em cima à direita
E continuava:

"Decidi escrever-te porque nunca consigo dizer-te o que penso e sinto de há uns tempos para cá. Tomei algumas decisões e quero ordená-las e que tu saibas quais são.
Sei que olhos nos olhos ías sempre fingir à questão e eu não conseguiria ser frontal, firme ou segura nas palavras.
Assim fica escrito, como um contrato que não é promessa é definitivo.
Cansei dos teus medos e das tuas ausências ou das tuas presenças inconstantes e angustiadas, das tuas dúvidas sobre o que sentes e sinto.Não tenho mais paciência para viver com a tua insegurança. Mesmo não sendo uma relação de acordo com os parâmetros sociais e legais, pensei sempre que a cumplicidade , a amizade, o amor que nasceu depois te dessem força para ficar com certezas.
Mas tu não sabes ficar.
Não sabes sequer se queres ficar.
Não sabes quem queres e crias cenários à tua volta para me magoares. Depois morres em folhas de rosas brancas que presumo são as lágrimas que imaginas fazer-me chorar.
Vive as tuas aventuras.A tua vida económica fácil e desafogada. O teu ar de galanteador aqui e ali.Os teus horários que modelas a teu tom.
Vive e morre disso.
Desejo-te no novo ano a procura do que realmente queres E desejo que encontres o teu rumo, o teu Norte ou quem sabe o amor da tua vida. Eu não sou essa pessoa.Não que não tenha pensado muitas vezes que o era mas, só porque tu nunca me viste assim
Sê Feliz. Um Óptimo Ano Novo.

PS - Não me procures. Estarei longe se souberes que estás perto. Dormirei se te souber acordado. Estarei acordada quando dormires e não quero mais ouvir a tua voz.
Só mais uma coisa: Um dia decidi deixar tudo por ti. No dia seguinte descobri que tiveste medo que o fizesse e ficasse eternamente agarrada a ti."


Assinaste. A tua letra suave e musical ao canto.

Dobrei a carta e enchi-a de rosas brancas.
-
PTM

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007



Compasso

Te quero aqui comigo
Agora
Sem medo de mim
Ou da hora
Quero teu corpo
No meu corpo
Meus cabelos
No teu rosto
E no abraço
O compasso
Curto
Urgente
Pra gente ser verso
Até amanhã
Até de manhã
-
Maria Rachel Lopes

Do teu cheiro

O gosto da tua pele
sal impregnado em meus lábios
que me mata de sede
à beira da fonte dos teus prazeres.

O teu gosto na minha boca
mel que sacia meus desejos
na hora derradeira
do medo de te perder
em meio aos lençóis.

O teu cheiro impregnado
no meu corpo
perfume raro que nem a chuva
leva de mim...


Ademir Antonio Bacca

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Embora tenha passado o Natal sem ti

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007


Perdido.
Andei perdido.
Mas ando ainda perdido.
Nada nem ninguém me consegue encontrar.
Nem eu.
Tento em cada palavra definir-me
Em cada gesto encontrar-(te) -me
Não consigo
Logo na primeira esquina perco-me de novo.
Já não tenho nada
O trabalho é o meu guia
E eu que tanto te quero
eu que tanto te queria
Que quero eu?

Que quero eu que não sei ter o que tenho
Nem sentir o que sinto
Que apenas minto
Que apenas minto...
-
PTM

sábado, 8 de dezembro de 2007


Quando te digo que sinto o teu corpo nos meus lábios, é verdade.
Quando te digo que acordo de manhã a pensar em ti, é VERDADE.
Quando te telefono em desatino e digo que deito fora o que é nosso, é verdade.
Quando te sonho e te imagino e depois te fujo, é verdade.
Quando me escondo e te ignoro, é verdade.
Quando te digo que sonho contigo acordado, é verdade.
Quando te digo que te AMO, é verdade.
Acredita-me é VERDADE.

PTM

terça-feira, 27 de novembro de 2007


Hoje sonhei contigo.
Tinhas nas mãos rosas brancas.
Eram feitas das lágrimas que te fiz chorar.
E eu não queria,
Queria que fossem vermelhas.
E quando foram vermelhas,

Eram sangue.
O sangue derramado em mim.
Olhei ao lado
e, estava morto.
Tu tinhas ido,
E eu ficara morto.
Como um vivo
Deitado em rosas brancas.

-

PTM

sábado, 24 de novembro de 2007


Serei eu bom na cama? Sou?
Sou bom na cama porque ela diz que gosta do meu peito.
Sou bom na cama porque ela me beija axila com sensualidade.
Sou bom na cama porque me diz que adora as minhas pernas e as beija como Maria Madalena beijou os pés de Cristo.
Sou bom na cama porque me abraça e prende no seu corpo como uma menina e me dá amor como uma verdadeira mulher.
Sou bom na cama porque ela diz que me ama.
PTM

quarta-feira, 21 de novembro de 2007


HOJE SINTO-ME ASSIM:

sábado, 17 de novembro de 2007

Hoje venho responder a um desafio que me foi feito pela Fátima .
Não deixo de o achar curioso na fase da Vida que atravesso.
_______________________________
As regras do dito desafio são:
_______________________
As "regras" são estas nomear 5 bloggers (não exclusivamente do sexo oposto) que, pelas razões mais diversas, imaginem ser bons na cama.
- Expliquem, em traços gerais, o que é, para vocês, a definição de "bom na cama". Se quiserem desenvolver e explicar as vossas escolhas, parece-nos bem.
- Deixar um comentário no blog dessa pessoa para que saiba que foi nomeada.

O ideal será escreverem: "Acho que és bom/ boa na cama. Desafio-te no meu blog...", mas poderão ser mais comedidos. Não podem ser nomeados: - Os autores do desafio: Bad e Ervi.
-
Ok Eu respondo ao desafio.
-
Serei eu bom na cama? Sou?
Sou bom na cama porque ela diz que gosta do meu peito.
Sou bom na cama porque ela me beija axila com sensualidade.
Sou bom na cama porque me diz que adora as minhas pernas e as beija como Maria Madalena beijou os pés de Cristo.
Sou bom na cama porque me abraça e prende no seu corpo como uma menina e me dá amor como uma verdadeira mulher.
Sou bom na cama porque ela diz que me ama.
PASSO O DESAFIO:
MOMENTUS
O SOM DO SILÊNCIO
CLEOPATRAMOON
FÔLEGO DE UM HOMEM
MANZA

AMARAL
_______
E agora vou-me rir .
PTM




Este Inferno de Amar



Este inferno de amar - como eu amo!

-Quem mo pôs n'alma... quem foi?

Esta cham que alenta e consome,

Que é a vida - e que a vida destrói

-Como é que se veio a atear,

Quando - ai quando se há de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,

A outra vida que dantes vivi

Era um sonh talvez... - foi um sonho

-Em que paz tão seran a dromi!

Oh! que doce era aquele sonhar...

Quem me veio, ai de mim!

despertar?

Só me lembra que um dia formoso

Eu passei... dava o Sol tanta luz!

E os meus olhos, que vagos giravam,

Em seus olhos ardentes os pus.

Que fez ela?

eu que fiz?

- Não no sei;

Mas nessa hora a viver comecei...

-

Almeida Garret

domingo, 4 de novembro de 2007


No Blog Vivências da Fátima, encontrei hoje ao deambular pelos vossos recantos, um desafio que considero deveras interessante


Vou deixar aqui a frase que a Fátima escreveu -uma frase de um que está em castellano, - e não em catalão e vou postar a minha que terei de encontrar á sorte no primeiro livro a que deitar a mão.


Entao é assim:

1) Pegar num livro que tenha à mão (não vale procurar)
2) Abri-lo na página 161
3) Procurar a 5ª frase completa.
4) Postá-la no blogue.
5) Passar o desafio a 5 bloggers.
6) É proibido ir buscar o melhor livro e postar a frase que acharmos mais interessante.
7) Divulgar o nome e o autor do Livro.


A frase da Fátima é

"-No me hagas caso-dije-.Hablo como si tuviera algún derecho de propiedad sobre ti. Perdona, soy una tonta."
O nome do livro é "En busca de la felicidad" e o autor é Douglas Kennedy.


Vou passar o desafio a 5 bloggers, .

Mas quem quiser participar que participe.

E, como disse a Fátima, deixo ao vosso critério, quem estiver disposto e continuar a corrente que a leve e a publique.


AQUI VAI O MEU LIVRO E A 5ª FRASE COMPLETA DA PÁGINA 161:


" Eu tinha que fingir que não sabia de nada."


LIVRO - Rio Piedra - Autor _ Paulo Coelho


Blogers indicados:


Fernando
Amaral
DarkMorgana
Cleopatra
NI
Mimo-te
Às de copas
Manza
Paula BroKen
Som do Silêncio
Gata
Bia
Teresa
Maria
Lua de Lobos
-______________
E QUEM MAIS QUISER.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007


Dizem que é do stress. Da vida acelarada ou celerada que levo.Dizem que é a falta de tempo. Não pode ser a idade. Mas não é. Sou eu. Sou eu que já não sou. Eu que já não tenho nada para te dar.

Dizem que não encaro a questão.Na verdade fujo dela. Eu estou bem.Não tenho nada mas estou bem.

Dizem que é a Vida que levo. As horas que não conto, devoro. O trabalho a quem coloco acima de tudo.

Mas não é.Sou eu.Não tenho nada para te dar porque já não sou.

-
PTM

domingo, 28 de outubro de 2007

- És egoísta. Egocêntrico. Louco. Deves ter uma deformação qualquer. Inseguro. Doentio. Não te quero ver mais.

E afinal fiquei apenas uns dias sem te falar.Sem te dizer nada.Sem dar sinal de vida.Porque serei tudo isso.Há meses que não me vias e não te importaste.Agora reclamas de novo a minha presença.

Eu não sei o que quero? Talvez me queira encontrar.Talvez tenha medo de mim. Ou talvez ache que nós já não tem sentido.
Não me entendes? Eu também não.

PTM
______________________________________
ESQUECER
Sinto um aperto, algo doído difícil de descrever.
O sinal é claro, amor evidente.
Amor que não será mais vivido
Apenas lembrado
São tantas palavras não ditas
Que minha garganta arde,
É um grito sufocado
Que implora sua atenção
Incoerência da vida perfeita
Que idealizei junto a ti
Profecia que não se realizou
Enganamos o destino
O anjo do amor desdobrou atenção
Tanto dedicou seu apreço a nós
Fomos tolos
Amamos demais
Então o que será da minha existência
Que sofre em ver sua alegria
Esta que não compartilho
Esta que não suporto
Se o amor se revela em seus olhos
Não são para mim
Pois sua imagem
Já não me pertence mais
Devo contentar-me
Apenas por saber,
Que um de nós é feliz
E o que me resta...
...Esquecer.
-
KEISE QUEIROZ CARNIEL

sexta-feira, 19 de outubro de 2007







Gostas de música.
Sei que gostas. Nos espaços mais inesperados. Nos momentos mais inóspitos.
Ponho música.
Ao som de um beijo passas os teus dedos nos meus cabelos como se fôssem teclas de piano de onde me fazes tirar a mais bela melodia.Deixei-os crescer porque gostas. Olho-me no espelho e vejo-os brancos. É a tua lua que neles se reflecte.
Tens um sorriso no espelho e os nossos olhos vidrados nos olhos do outro.
Gostas de música eu sei.Mas já não a oiço de tanto te ver.

-
PTM

quinta-feira, 18 de outubro de 2007



Voltaste.


Ao lugar onde tantas vezes tinhamos estado.Entraste e demarcaste o território que sempre teve a tua marca. Os óculos aqui. A carteira ali. O cinto mais além. O copo de vinho fresco e transparente colocaste-o onde bem o entendeste. Como se o espaço que é teu tivesse sido sempre teu. E foi. E é. Depois foste deixando marcas e sinais. As mãos em mim. Os lábios nos meus. Os teus olhos de Outono por mim. As sandalias caídas. O vestido despido. O amor pela casa.


PTM

segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Amor por quem me perco.
Ai que me perco. Me perco por ti meu amor. Amor que me perdes. Perdes e enlouqueces. Enlouqueces-me de vontade de ti.
De ti meu amor. Meu amor pequeno e tamanho. Tamanho desejo de te sentir. Sentir junto ao meu peito. Peito onde bate um coração atordoado de falta. Falta de ti e do teu sentir sincero. Sincero é também este meu querer-te. Querer-te tanto que não resistir é a minha fraqueza. Fraqueza de ser teu e de mais ninguém. Ninguém é como o tu . Tu meu amor por quem me perco.


PTM

domingo, 14 de outubro de 2007

IL DIVO - Regresa a mi

sexta-feira, 12 de outubro de 2007



Vou. Mas levo-te comigo. O sorriso branco e aberto.O olhar cheio de luz e ternura.Também levo o olhar frio de quando te firo ou faço tudo para te magoar.Levo o teu olhar gelado e cortante dos momentos em que te minto.
Mas hoje vou e levo comigo o calor dos teus lábios que beijei num repente e me corresponderam com saudades de quando éramos dos dois sem medos de ser um.
PTM

sexta-feira, 5 de outubro de 2007


A morte do artista

Quis ver-te. Rever-te. Cheirar-te. Ouvir-te. Foste. Olhei-te. Sorri. Senti-me feliz. Não quero voltar a perder-te. O mar em fundo ouvia as nossas palavras. De tanta ternura fui amargo. A tua ironia fez subir a maré na praia. Deixaste as marcas na alma.

Quando te abracei para me despedir, senti-me rasgar aos pedaços. Como se me arrancasses a alma quando olhaste para trás. Mas sei que se eu quiser não te volto a perder. Sei que se quiser não te deixo morrer-me.
PTM

sexta-feira, 28 de setembro de 2007


BOM DIA
Bom dia. Que o seja para todos. Hoje acordei com vontade de amar outra vez. Abraçar outra vez. Beijar outra vez. Falar outra vez. Sorrir outra vez. Sentir-me feliz outra vez.

Contigo.

terça-feira, 25 de setembro de 2007


Podia ser feliz.Serenar a alma. Ter-te comigo ainda que não só para mim. Procuro-te para não te perder.Assim que te encontro ou sinto perto de mim, recomeço o estranho caminho da autodestruição. Ou destruo-nos.
O caminho da fuga. Do egoísmo. Do disfarce.
Aqui deixo cair as barreiras.Logo ali as levanto e fortaleço. Numa contradição infindável de querer e de vontades.
Que faço. Sujeito-me? Sim porque a ti não consigo sujeitar.
-
PTM

domingo, 23 de setembro de 2007


NERUDA



LA NOCHE EN LA ISLA


Toda la noche he dormido contigo
junto al mar, en la isla.
Salvaje y dulce eras entre el placer y el sueño,
entre el fuego y el agua.
Tal vez muy tarde
nuestros sueños se unieron
en lo alto o en el fondo,
arriba como ramas que un mismo viento mueve,
abajo como rojas raíces que se tocan.
Tal vez tu sueño se separó del mío
y por el mar oscuro
me buscaba como antes
cuando aún no existías,
cuando sin divisarte
navegué por tu lado,
y tus ojos buscaban
lo que ahora
-pan, vino, amor y cólera-te doy a manos
llenas
porque tú eres la copa
que esperaba los dones de mi vida.
He dormido contigo
toda la noche mientras
la oscura tierra gira
con vivos y con muertos,
y al despertar de pronto
en medio de la sombra
mi brazo rodeaba tu cintura.
Ni la noche, ni el sueño
pudieron separarnos.
He dormido contigo
y al despertar tu boca
salida de tu sueño
me dio el sabor de tierra,
de agua marina, de algas,
del fondo de tu vida,
y recibí tu beso
mojado por la aurora
como si me llegara
del mar que nos rodea.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007


Como um gaiato estrebucho de raiva por estar só. Só sem ti. Só comigo. Só por ti. Como um gaiato estremeço de te sentir por perto. Estremeço de pensar que te posso ver e falar. Falta-me o ar na garganta, nos olhos, nas mãos. Fico tenso. Não sei onde pôr as mãos, os pés, onde me sentar, como me sentar.Mas sorrio, faço-me de forte.
Mas se fosse um rio diluía-me a teus pés.
Se fosse uma nuvem chovia copiosamente.
Se fosse o sol emanava luar.
Deixas-me fora de mim. Um medo enorme de ti, como um miúdo de 18 anos.
Tocas-me, eu penso que o meu coração vai parar.
Falas para mim, não te oiço, só o som cristalino desse riso e o brilho desse olhar me envolvem. Os teus lábios mexem-se mas eu só penso beijá-los a tua boca sorri, mas eu só a quero tocar.
Fica. Não. Vai. Abraça-me. Não. Vai. Beija-me. Beija-me, abraça-me aperta-me contra ti, fecha-me nos teus braços. Perdoa-me e ama-me.


PTM

sexta-feira, 14 de setembro de 2007




Sabes por vezes queria beijar-te.

Sei que consentirias.

Mas se nos tivéssemos dado um ao outro

ter-nos-íamos separado porque os beijos apagam o desejo quando consentidos.
Foi melhor sabermos quanto nos queríamos, sem ousarmos sequer tocar nossos corpos.
Hoje tenho pena.

Parto com essa ferida.
Tenho pena de não ter percorrido teu corpo como percorro os mapas,

com os dedos teria viajado em ti do pescoço às mão da boca ao sexo.
Tenho pena de nunca ter murmurado teu nome no escuro.
Acordado perto de ti.
As noites teriam sido de ouro e as mãos teriam guardado o sabor de teu corpo.

__________________
al berto

sexta-feira, 31 de agosto de 2007


Passo os dias afogado em trabalho. Em breve entrarei de férias Preciso como de água para matar a sede. Imaginas-me com outra. E eu imagino-me com tantas. Para te esquecer. Para provar o veneno da tua falta. Tentar esmagar-te entre sombras de outras mulheres. Apagar-te entre imagens e palavras de outras mulheres. Esquecer que te amo. Que deixei tudo por ti. Ou por tua culpa. Não, culpa é outro sentimento de falta. De ausência. De vazio. De noite fria e negra. Sem a tua Lua


Nem o trabalho me ajuda.

PTM

terça-feira, 28 de agosto de 2007

"sorry seems to be the hardest word"

domingo, 26 de agosto de 2007


Meu Amor

Gosto de chamar-te assim meu amor. Ainda que o não faça ao vivo, ainda que o não diga olhos nos olhos, é assim que te chamo quando não estou contigo.
Venho por este meio dizer-te que sinto a tua falta. Morro por causa da tua falta. Sufoco com a tua falta. Castigas-me com a tua falta.Que não me faz falta esta falta tua. Que me falta a falta que me fazes quando digo que não me fazes falta E que desespero de sentir-te a falta.

Não estás em falta comigo? Castigas-me faltando? Que me queres fazer? Matar de falta? Que te falta fazer-me? E que falta te faz faltar-me, fazer-me falta?
Fica bem mesmo que isso me acrescente a falta.

PTM

quarta-feira, 22 de agosto de 2007



Marquei a minha presença. Um dia por semana para começar.O dia que te dava menos transtorno. O dia que tinhas menos trabalho ou fingias ter menos trabalho. Tornei isso um hábito. Imposto. Seria?

O meu casamento tinha batido no fundo.Havia mutio que batia no fundo.

Habituámo-nos a esse hábito. Criei rituais. Fiquei preso desses rituais. Queria ver-te e de repente cada vez mais. Dizias discreta e educadamente que não podias. Anos a fio neste tormento.Merecia eu tal tormento.Decidiste que não. Entreguei-te a alma. Entregaste-me a alma. Depois o corpo.

O segredo quebrou-se ou senti-me sufocado?Nunca te disse porquê e fugi. Tu disseste que não arriscava mais nada por mim.

Não arriscavas mais nada do teu Mundo.


PTM




Projecto-me para a areia


E para o azul do mar


Transbordo de saudade e de histórias para contar


Devoro a viagem com a pressa de chegar


Desfoco a tua imagem nos meus olhos a chorar


Ai... se eu pudesse andar para trás


Ai...


Queria aquele amor fugaz


Queria mais... um minuto de prazer


Convoco o teu corpo


Para o meu sonho virtual


Despertas no meu fogo um instinto animal


Será isto utopia ou paixão a florescer


Converto o dia a dia num minuto de prazer


Ai... se eu pudesse andar para trás


Ai...


Queria aquele amor fugaz


Queria mais... um minuto de prazer


-


André Sardet

domingo, 19 de agosto de 2007



Espreitava em seus olhos uma lágrima, e em meus lábios uma frase a perdoar;


falou o orgulho, o seu pranto secou, senti nos lábios essa frase expirar.


Eu vou por um caminho, ela por outro;


mas, ao pensar no amor que nos prendeu, digo ainda:


porque me calei aquele dia?


E ela dirá: porque não chorei eu?


-

Gustavo Adolfo Bécquer

quinta-feira, 16 de agosto de 2007


Tinhas feito planos. Fazias planos.Depois de decidires que me amavas fazias planos.Fiz castelos no ar.Falei-te de um cantinho só nosso.Ter um canto para nós.Secreto e distante dos outros mundos.Depois,neguei-te o sonho.Perdoaste-me todas as incongruências.Até não poderes mais. Agora nem eu sei porque foi assim.Vivo outro amor.Será amor.Ou não será amor.Mas penso em ti e nos sonhos que sonhámos juntos. Nem eu sei porque é assim.
PTM

domingo, 12 de agosto de 2007

Quase um poema de amor


Há muito tempo já que não escrevo um poema

De amor.

E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!

A nossa natureza Lusitana

Tem essa humana Graça Feiticeira

De tornar de cristal

A mais sentimental

E baça Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo

E ninguém me deseje apaixonado,

Ou que a antiga paixão

Me mantenha calado

O coração

Num íntimo pudor,

---

Há muito tempo já que não escrevo um poema

De amor


MIGUEL TORGA

sábado, 11 de agosto de 2007

És uma senhora.
Envergas o teu tailleur, calças os teus saltos altos e colocas neles as tuas pernas esguias, pões o teu ar mais sereno e sorridente, competente, o teu perfil e os teus olhos lindos e, sais à rua.
Quem olha para ti diz:-Vai ali uma mulher com charme, ou, vai ali uma mulher elegante. Não cativas o olhar distraído mas, se abres a boca e pousas esses olhos sobre alguém, todos se sentem envolvidos.Mesmo que só oiças o teu olhar fala e envolve. Escuta e sente o que te é dito.
És uma senhora.
Ninguém diz o vulcão que há em ti.Ninguém sabe o vulcão que tu és. Uma chama de amor e sentidos que se transmite só a quem tu queres. E quem será quem tu queres? E que saudade dessa chama.Desse fogo que me queimava e queima.Não há mulher com a seda das tuas pernas.Não há mulher com o arrepio quente da tua boca.Não há dedos como teus no meu corpo nem palavras sussurradas entre suspiros de olhos fechados como as tuas que me arrancam o homem que já fui.
Quando te despes do teu perfil profissional e social és a mulher mais inteira que já tive. A mulher mais louca e mais sincera que já senti.A mulher que não posso deixar de amar por tudo isso.
A tua boca sente cada milimetro do meu corpo e o meu corpo dilui-se desfaz-se no teu desejo de me sentir de me fazer feliz.
Porque és inteira.Tu ainda és real?

PTM

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

E METADE DE MIM FOI COM ELA . OU EU TODO?



Soneto da separação - VI


De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma


E das bocas unidas fez-se a espuma


E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama


E da paixão fez-se o pressentimento


E do momento imóvel fez-se o drama


De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante


E de sozinho o que se fez contente


Fez-se do amor próximo distante


Fez-se da vida uma aventura errante


De repente, não mais que de repente.


-


Vinícius de Morais e António Carlos Jobim

quarta-feira, 8 de agosto de 2007


Canalha
Mandava-lhe SMS a toda a hora. Mimos. De repente dei por mim a escrever-lhe desalmadamente.A gritar-lhe aquilo de que nem eu sabia o significado .A cada viagem, as cartas à noite no quarto para ela. O ultimo pensamento para ela. O primeiro do dia para ela.
Havia afectos nas palavras e no olhar.Como se os 18 anos voltassem a ser meus E os vinte anos vivessem em mim ou o fizessem por mim.Era um homem novo.Não adoeci naqueles anos.(Nem adoeci).
Cada minuto do dia era dela. Fugia do trabalho para a ver e sentir o cheiro dela ou ver a janela dela.
Ela, doce e de olhar maroto ía controlando o passo e o ritmo do meu desenfreado querer.
Era ela que ditava as regras.Foi sempre ela.Eu amava ao compasso do querer dela. Mas amava mais do que eu próprio tinha imaginado.
De repente,decidi que as regras eram minhas.Não soube o que me aconteceu mas foi como se tudo tomasse outro rumo e eu perdesse todo o enlêvo, todo o querer, todo o sonho inicial.
Pensei depois que ela me conhecia bem demais.Que afinal eu já não conseguia ser o herói. O galanteador de garganta e olhar matreiro.Ela via-me por dentro. Via-me a alma ,dizia ela.
E todos os dias a feria.Sem ela saber porquê afastei-me Hoje eu não sei porque me afastei.
Era uma raiva funda contra ela, sem razão mas contra ela. Um medo de a perder Um medo de ficar com ela.
Hoje estou só.Mesmo acompanhado estou só. Muito só.
Eu sempre fui assim ou tornei-me assim?
-

PTM

terça-feira, 7 de agosto de 2007


Tive-a tão perto. Só minha. Tão minha. Não acreditei na sinceridade do seu amor, dos seus sentimentos. Enlouqueci de dúvida e atormentei-me de desespero de que não fosse só minha.

Destruí tudo o que inconsciente e egoisticamente construí.

Disse que a amava e não amava.

Disse que era o meu sonho e não era.

Disse que era tudo para mim e não era Verdade.

Agora não a tenho e tudo é tão verdade.


-Fugi e agora quero voltar.

Não quis.

Não quero.

Não vou.


Mas chama-me e eu corro.

Beija-me e eu morro

Nos teus braços

No teu corpo

Nas tuas mãos à volta do meu rosto.
Na tua boca que me devora
Nos teus olhos que me afundam e afogam de amor
Ama-me, tem dó!

NÃO ME DEIXAS DORMIR




No silêncio da noite
Penso em ti
Na falta que me fazes
Nas saudades que sinto.
Tento dormir, mas não consigo
Não me sais do pensamento,
Do meu coração.
Oh! Amor que me consomes,
Que me inquietas,
Me causas insónias,
Não me deixas dormir.
No silêncio da noite

És o reboliço na minha cama vazia
Que apesar da tua ausência,
Estavas ali, junto a mim
Para me confortar,
Para me amar.
No silêncio da noite
Não durmo. Penso em ti.

-
posted by Mário Margaride a



Tenho-te em mim.

Fecho os olhos e tenho-te em mim.

Sinto o teu cheiro, o teu aroma, a tua voz e o teu olhar.

Mas onde estás agora que te perdi?

Como eu gostava que ela me dissesse isto. Como eu gostava!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007


Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!

E eu acreditava.

Acreditava,

porque ao teu lado

todas as coisas eram possíveis. Mas isso era no tempo dos segredos.

Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.

Era no tempo em que os meus olhos

eram os tais peixes verdes.

Hoje são apenas os meus olhos.

É pouco, mas é verdade:uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.

Quando agora digo: meu amor...,

já não se passa absolutamente nada.

E no entanto, antes das palavras gastas,

tenho a certezade que todas as coisas estremeciam

só de murmurar o teu nomeno silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.

Dentro de ti

não há nada que me peça água.

O passado é inútil como um trapo.

E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus

-

Eugénio de Andrade


Estarão gastas meu amor? Mas ainda te sinto em mim, todos os dias,todas as noites.

Fugi-lhe como quem foge do que mais quer na Vida.

Como quem tem raiva do que mais ama.

Cego não vi que me queria tanto como a queria.

Infeliz fiquei sem saber que destruía a minha vida e a dela...quem sabe a dela também...

E era o que mais queria de tanto a querer.

Destruir-lhe a vida, vê-la morrer__________
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PTM

segunda-feira, 23 de julho de 2007


A boca,onde o fogo

de um verão

muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca

esperar

senão outra boca?)

espera o ardor

do vento

para ser ave,

e cantar


Eugénio de Andrade


E o que é que eu posso esperar?