Estrela da Tarde
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
(...)
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
(...)
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
José Carlos Ary dos Santos
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
José Carlos Ary dos Santos
10 comentários:
Ary dos Santos. Impossível comentar a sua mestria na arte de poetisar....
Fantástico!
Que delicia...
Uma magnifica escolha... onde a imagem e o poema se combinam lindamente...
E quanta verdade aqui se poetiza... só mesmo Ary dos Santos!
Ele escrevia como quem escava as profundezas da alma, pondo a descoberto as suas mais obscuras entranhas...
"nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto", mas em cada dia e noite que finda, se morre um pouco... ;)
Um beijinho grande
Nunca é tarde... nunca é tarde para quem se quer tanto!
Que dor me confessa este poema pecador. Que beleza e encanto.
Beijos de estrelas.
Olá Pecador!
Fizeste uma excelente escolha...
Bjs
fantastico o poema :')
Sempre o Amor.
Fantastico poema de Ary que o Carlos do Carmo "transformou" em fado...
aparece no meu covil de Loba Alpha e aceita o desafio que te faço:)
xi
maria
Qdo se recebe este poema...
Voltei e reli, e voltei a gostar, muito. Vou indo e vindo à espera de novidades.
Entretanto, deixei-te uma surpresa lá no meu cantinho, oooopsss
... Nunca é tarde nem cedo para quem ama tanto!
Dexo-te um abraço.
Fernando
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