sábado, 17 de maio de 2008


Hoje cheguei a casa e não encontrei nada. Nem a sombra dela. Só a memória e o silêncio. E não me apeteceu abrir a janela. Fiquei na sala às escuras, como se não tivesse ainda chegado.
Olhei o lugar onde costumava abandonar o corpo pela tarde após o almoço na busca de um pequeno momento de paz.
Olhava-me os olhos e sorria. lembro-me de que quando lhe beijava os lábios se entregava lânguida e emitia um som que parecia um ronronar. Era tão doce. Tenho tantas saudades dela. Da forma quente e doce, demorada e meiga como me beijava o pescoço. Ao principio arrepiava-me. Depois comecei a deixar que me tirasse a gravata, abrisse o colarinho e os seus lábios procurassem a minha pele.
Nenhuma mulher me amou assim.
Será que ainda me ama?
Bebia cada milímetro da minha pele, devagarinho, com doçura, com tempo , com calma.... se me precipitava para a beijar, dizia-me :- xiuuuuu. E beijava-me , beijava-me... quase me adormecia.
Era como se me contasse uma história de embalar. Era uma espécie de comunhão de almas. Era o meu corpo a levitar e as mãos dela muito devagar a afagarem-me os cabelos.
Hoje cheguei a casa e quis tanto tê-la ali.
Gosto tanto das tuas mãos.- dizia-me ela- São tão quentes. Adoro os teus cabelos. Cheiras bem.
Cheguei hoje , fui a trabalho e tenho umas saudades monstras dela.

-

PTM

15 comentários:

Lady disse...

Olá!
Mhmmm... que mimo de post!!!
Gosto quando escreves assim... :)

Um beijinho grande

Alma Indigo disse...

Nota-se que essa mulher existe, mesmo q seja no teu imaginário :)

Muito belo este teu texto...
bjos

OUTONO disse...

Vá lá...qual foi o pecado, que cometeste?

Um amor assim, não se perde!

Gostei da narrativa!

Urban Cat disse...

Que linda essa saudade!
bJs

Cleopatra disse...

Tão bonito.
Juro. è bonito mesmo. Li, li,li,.li,....e gostei
MUITO.
Essa viagem fez-te bem.
Trouxe-te com alma.

Sha disse...

Saudades das coisas boas...

Beijo.

Anónimo disse...

Alguma muita má tu fizeste...para ja não a teres a teu lado!!!!!!

Farol disse...

eu penso que te ama... 0_o

Beijo

Cleopatra disse...

Voltei para reler.
Tanto que te amava....É verdade.Nota-se no trato.

Cleopatra disse...

É como se ela te dissesse:

Não digas ao que vens. Deixa-me
adivinhar pelo pó nos teus cabelos
que vento te mandou. É longe a
tua casa? Dou-te a minha: leio nos
teus olhos o cansaço do dia que te
venceu; e, no teu rosto, as sombras
contam-me o resto da viagem. Anda,
vem repousar os martírios da estrada
nas curvas do meu corpo - é um
destino sem dor e sem memória. Tens
sede? Sobra da tarde apenas uma
fatia de laranja - morde-a na minha
boca sem pedires. Não, não me digas
quem és nem ao que vens. Decido eu.

Maria do Rosário Pedreira

nOgS disse...

Existem princesas que povoam as nossas vidas, algumas são morenas como a tua.
E, às vezes no meio de tanta magia ficamos com a incerteza se elas não viverão apenas dentro de nós. connosco, assim.

Beijos doces

Adorei o texto. Espero que quando chegares de novo a encontres.

Rafeiro Perfumado disse...

E não a podes voltar a encher?

Pecadormeconfesso disse...

É a primeira vez que vos vou responder:
Aran
Vou ver se escrevo mais vezes assim

Alma
Existe sim. É real.

Outono
O Pecado? Foi não saber amá-la incondicionalmente.

Marta
Saudade e sofrimento

Cleopatra
Pela primeira vez toquei a tua alma.

Sha
Saudades de chá sabes?

Moi
Fiz sim.

Farol
Essa fosse a minha luz. Que ainda me amasse.


Cleopatra
Ela também é sensível.
E esse poema lembra-me ela.


Nogs
Eu chamava-lhe: Minha Princesa.


Rafeiro
À alma , ou à casa?

Bombocaa disse...

a saudade...tão típica de qd já n há
:(
kissinho

Som do Silêncio disse...

Gosto quando escreves assim...
Quando a saudade aperta..é complicado sim...

Beijo Pecador