sexta-feira, 31 de agosto de 2007


Passo os dias afogado em trabalho. Em breve entrarei de férias Preciso como de água para matar a sede. Imaginas-me com outra. E eu imagino-me com tantas. Para te esquecer. Para provar o veneno da tua falta. Tentar esmagar-te entre sombras de outras mulheres. Apagar-te entre imagens e palavras de outras mulheres. Esquecer que te amo. Que deixei tudo por ti. Ou por tua culpa. Não, culpa é outro sentimento de falta. De ausência. De vazio. De noite fria e negra. Sem a tua Lua


Nem o trabalho me ajuda.

PTM

terça-feira, 28 de agosto de 2007

"sorry seems to be the hardest word"

domingo, 26 de agosto de 2007


Meu Amor

Gosto de chamar-te assim meu amor. Ainda que o não faça ao vivo, ainda que o não diga olhos nos olhos, é assim que te chamo quando não estou contigo.
Venho por este meio dizer-te que sinto a tua falta. Morro por causa da tua falta. Sufoco com a tua falta. Castigas-me com a tua falta.Que não me faz falta esta falta tua. Que me falta a falta que me fazes quando digo que não me fazes falta E que desespero de sentir-te a falta.

Não estás em falta comigo? Castigas-me faltando? Que me queres fazer? Matar de falta? Que te falta fazer-me? E que falta te faz faltar-me, fazer-me falta?
Fica bem mesmo que isso me acrescente a falta.

PTM

quarta-feira, 22 de agosto de 2007



Marquei a minha presença. Um dia por semana para começar.O dia que te dava menos transtorno. O dia que tinhas menos trabalho ou fingias ter menos trabalho. Tornei isso um hábito. Imposto. Seria?

O meu casamento tinha batido no fundo.Havia mutio que batia no fundo.

Habituámo-nos a esse hábito. Criei rituais. Fiquei preso desses rituais. Queria ver-te e de repente cada vez mais. Dizias discreta e educadamente que não podias. Anos a fio neste tormento.Merecia eu tal tormento.Decidiste que não. Entreguei-te a alma. Entregaste-me a alma. Depois o corpo.

O segredo quebrou-se ou senti-me sufocado?Nunca te disse porquê e fugi. Tu disseste que não arriscava mais nada por mim.

Não arriscavas mais nada do teu Mundo.


PTM




Projecto-me para a areia


E para o azul do mar


Transbordo de saudade e de histórias para contar


Devoro a viagem com a pressa de chegar


Desfoco a tua imagem nos meus olhos a chorar


Ai... se eu pudesse andar para trás


Ai...


Queria aquele amor fugaz


Queria mais... um minuto de prazer


Convoco o teu corpo


Para o meu sonho virtual


Despertas no meu fogo um instinto animal


Será isto utopia ou paixão a florescer


Converto o dia a dia num minuto de prazer


Ai... se eu pudesse andar para trás


Ai...


Queria aquele amor fugaz


Queria mais... um minuto de prazer


-


André Sardet

domingo, 19 de agosto de 2007



Espreitava em seus olhos uma lágrima, e em meus lábios uma frase a perdoar;


falou o orgulho, o seu pranto secou, senti nos lábios essa frase expirar.


Eu vou por um caminho, ela por outro;


mas, ao pensar no amor que nos prendeu, digo ainda:


porque me calei aquele dia?


E ela dirá: porque não chorei eu?


-

Gustavo Adolfo Bécquer

quinta-feira, 16 de agosto de 2007


Tinhas feito planos. Fazias planos.Depois de decidires que me amavas fazias planos.Fiz castelos no ar.Falei-te de um cantinho só nosso.Ter um canto para nós.Secreto e distante dos outros mundos.Depois,neguei-te o sonho.Perdoaste-me todas as incongruências.Até não poderes mais. Agora nem eu sei porque foi assim.Vivo outro amor.Será amor.Ou não será amor.Mas penso em ti e nos sonhos que sonhámos juntos. Nem eu sei porque é assim.
PTM

domingo, 12 de agosto de 2007

Quase um poema de amor


Há muito tempo já que não escrevo um poema

De amor.

E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!

A nossa natureza Lusitana

Tem essa humana Graça Feiticeira

De tornar de cristal

A mais sentimental

E baça Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo

E ninguém me deseje apaixonado,

Ou que a antiga paixão

Me mantenha calado

O coração

Num íntimo pudor,

---

Há muito tempo já que não escrevo um poema

De amor


MIGUEL TORGA

sábado, 11 de agosto de 2007

És uma senhora.
Envergas o teu tailleur, calças os teus saltos altos e colocas neles as tuas pernas esguias, pões o teu ar mais sereno e sorridente, competente, o teu perfil e os teus olhos lindos e, sais à rua.
Quem olha para ti diz:-Vai ali uma mulher com charme, ou, vai ali uma mulher elegante. Não cativas o olhar distraído mas, se abres a boca e pousas esses olhos sobre alguém, todos se sentem envolvidos.Mesmo que só oiças o teu olhar fala e envolve. Escuta e sente o que te é dito.
És uma senhora.
Ninguém diz o vulcão que há em ti.Ninguém sabe o vulcão que tu és. Uma chama de amor e sentidos que se transmite só a quem tu queres. E quem será quem tu queres? E que saudade dessa chama.Desse fogo que me queimava e queima.Não há mulher com a seda das tuas pernas.Não há mulher com o arrepio quente da tua boca.Não há dedos como teus no meu corpo nem palavras sussurradas entre suspiros de olhos fechados como as tuas que me arrancam o homem que já fui.
Quando te despes do teu perfil profissional e social és a mulher mais inteira que já tive. A mulher mais louca e mais sincera que já senti.A mulher que não posso deixar de amar por tudo isso.
A tua boca sente cada milimetro do meu corpo e o meu corpo dilui-se desfaz-se no teu desejo de me sentir de me fazer feliz.
Porque és inteira.Tu ainda és real?

PTM

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

E METADE DE MIM FOI COM ELA . OU EU TODO?



Soneto da separação - VI


De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma


E das bocas unidas fez-se a espuma


E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama


E da paixão fez-se o pressentimento


E do momento imóvel fez-se o drama


De repente, não mais que de repente


Fez-se de triste o que se fez amante


E de sozinho o que se fez contente


Fez-se do amor próximo distante


Fez-se da vida uma aventura errante


De repente, não mais que de repente.


-


Vinícius de Morais e António Carlos Jobim

quarta-feira, 8 de agosto de 2007


Canalha
Mandava-lhe SMS a toda a hora. Mimos. De repente dei por mim a escrever-lhe desalmadamente.A gritar-lhe aquilo de que nem eu sabia o significado .A cada viagem, as cartas à noite no quarto para ela. O ultimo pensamento para ela. O primeiro do dia para ela.
Havia afectos nas palavras e no olhar.Como se os 18 anos voltassem a ser meus E os vinte anos vivessem em mim ou o fizessem por mim.Era um homem novo.Não adoeci naqueles anos.(Nem adoeci).
Cada minuto do dia era dela. Fugia do trabalho para a ver e sentir o cheiro dela ou ver a janela dela.
Ela, doce e de olhar maroto ía controlando o passo e o ritmo do meu desenfreado querer.
Era ela que ditava as regras.Foi sempre ela.Eu amava ao compasso do querer dela. Mas amava mais do que eu próprio tinha imaginado.
De repente,decidi que as regras eram minhas.Não soube o que me aconteceu mas foi como se tudo tomasse outro rumo e eu perdesse todo o enlêvo, todo o querer, todo o sonho inicial.
Pensei depois que ela me conhecia bem demais.Que afinal eu já não conseguia ser o herói. O galanteador de garganta e olhar matreiro.Ela via-me por dentro. Via-me a alma ,dizia ela.
E todos os dias a feria.Sem ela saber porquê afastei-me Hoje eu não sei porque me afastei.
Era uma raiva funda contra ela, sem razão mas contra ela. Um medo de a perder Um medo de ficar com ela.
Hoje estou só.Mesmo acompanhado estou só. Muito só.
Eu sempre fui assim ou tornei-me assim?
-

PTM

terça-feira, 7 de agosto de 2007


Tive-a tão perto. Só minha. Tão minha. Não acreditei na sinceridade do seu amor, dos seus sentimentos. Enlouqueci de dúvida e atormentei-me de desespero de que não fosse só minha.

Destruí tudo o que inconsciente e egoisticamente construí.

Disse que a amava e não amava.

Disse que era o meu sonho e não era.

Disse que era tudo para mim e não era Verdade.

Agora não a tenho e tudo é tão verdade.


-Fugi e agora quero voltar.

Não quis.

Não quero.

Não vou.


Mas chama-me e eu corro.

Beija-me e eu morro

Nos teus braços

No teu corpo

Nas tuas mãos à volta do meu rosto.
Na tua boca que me devora
Nos teus olhos que me afundam e afogam de amor
Ama-me, tem dó!

NÃO ME DEIXAS DORMIR




No silêncio da noite
Penso em ti
Na falta que me fazes
Nas saudades que sinto.
Tento dormir, mas não consigo
Não me sais do pensamento,
Do meu coração.
Oh! Amor que me consomes,
Que me inquietas,
Me causas insónias,
Não me deixas dormir.
No silêncio da noite

És o reboliço na minha cama vazia
Que apesar da tua ausência,
Estavas ali, junto a mim
Para me confortar,
Para me amar.
No silêncio da noite
Não durmo. Penso em ti.

-
posted by Mário Margaride a



Tenho-te em mim.

Fecho os olhos e tenho-te em mim.

Sinto o teu cheiro, o teu aroma, a tua voz e o teu olhar.

Mas onde estás agora que te perdi?

Como eu gostava que ela me dissesse isto. Como eu gostava!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007


Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!

E eu acreditava.

Acreditava,

porque ao teu lado

todas as coisas eram possíveis. Mas isso era no tempo dos segredos.

Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.

Era no tempo em que os meus olhos

eram os tais peixes verdes.

Hoje são apenas os meus olhos.

É pouco, mas é verdade:uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.

Quando agora digo: meu amor...,

já não se passa absolutamente nada.

E no entanto, antes das palavras gastas,

tenho a certezade que todas as coisas estremeciam

só de murmurar o teu nomeno silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.

Dentro de ti

não há nada que me peça água.

O passado é inútil como um trapo.

E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus

-

Eugénio de Andrade


Estarão gastas meu amor? Mas ainda te sinto em mim, todos os dias,todas as noites.

Fugi-lhe como quem foge do que mais quer na Vida.

Como quem tem raiva do que mais ama.

Cego não vi que me queria tanto como a queria.

Infeliz fiquei sem saber que destruía a minha vida e a dela...quem sabe a dela também...

E era o que mais queria de tanto a querer.

Destruir-lhe a vida, vê-la morrer__________
-

PTM