sábado, 21 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

"Duma Carta"

Começou por ser um comentário lá no blog Clepatramoon depois, passou a vontade de escrever aqui de novo. Uma vontade que já vinha perdendo.










Escrevias-me a miúde, e eu que comecei a fazê-lo quando um dia te perguntei se querias que o fizesse.


Tinha-te pedido que me escrevesses e tu tinha-lo feito em livro.
Depois a cada canto, a cada viagem, a cada quarto de hotel comecei a escrever-te.
A contar-te de mim e de mim por ti.
Fiquei preso à tua sedução e tu à sedução da minha escrita.
Talvez porque como podes ler na Visão desta semana, a sedução da escrita vem de longe e perdura.
Talvez porque escrever para ti era ter-te e sonhar-te e ouvir-te e ver-te e sentir-te.
Como se ao escrever-te fizesse amor contigo.
Como se à noite naquelas camas frias de hotel , ao escrever-te fizesse a magia de transformar as letras e as palavras no calor do teu corpo, ao qual, depois de cansado assinar as cartas, me abraçava para dormir.




De repente a tua escrita foi-se e ficou-me a dor da tua falta.
Davas-te em tudo o que escrevias, aí eras transparente e eu sabia que tudo era meu.
É por detrás do silêncio das palavras escritas que te escondes e me castigas.
Um dia o Adeus vai chegar num comboio à velocidade tempo que já existiu e nem vai perguntar pelas cartas que me escrevestes.
Nessa altura eu estarei a dormir ao lado da espera e talvez morto pelo sono de te sonhar e não te ter.


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PTM