segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Vou de férias por não saber que fazer

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Hoje de manhã saí muito cedo
Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer.
Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

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Alberto Caeiro

sábado, 26 de setembro de 2009

Timing

Diego de Luca- La ausencia de tu amor




Não é o corpo, não, que o corpo ainda
responde ao que lhe pede o coração,
mas uma dor profunda que não finda
e que é toda silêncio e solidão.
Como se andasse a alma desavinda
do mundo que lhe coube, esta prisão
feita de nervos, ossos e tendões,
porém exposta ao furor das emoções.


Torquato da Luz

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Só eu não falei dele.



Chegou por estes dias e eu não falei dele. Talvez porque habitamos o mesmo tempo. O tempo dos dias que passam cavalgados na saudade, o tempo dos vermelhos acesos nos olhos porque a tua presença não é minha. O tempo das pequenas gotas de chuva que são lágrimas e que tu não enxugas.


Ele chegou. Falaram e escreveram sobre ele. Até poemas lhe fizeram e, apesar de habitarmos o mesmo espaço e, de as nossas paredes serem as mesmas, as da nostalgia, a mim ninguém lembra nem escreve pedaços, nem que fossem só pedaços de uma alma qualquer, daquelas que se encontram pela rua quando pouco a pouco se manifesta o nascer do dia.

Só eu não falei dele porque lhe conheço os dedos frios e os ombros cansados.

Conheço-lhe a dor funda no peito e a saudade que lhe morre na voz.

Conheço-lhe o olhar cansado da espera, perdido nas longas noites à beira de um livro que não lê.

Só eu não falei dele porque habito com ele.


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PTM

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Desafio no OLHAR DIREITO


Não seja por isso Cleo...Respondi a um desafio da Cleopatra No Blog OLHAR DIREITO.

Aqui vai o que lá deixei:



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Recebi a tua carta ainda a pingar tinta azeda, como quem ralha por raiva de não poder deitar fora o que nunca deixará de ser.
Acreditava na globalização sim, e fiz dela a bandeira de um futuro melhor para o Mundo.
Um dia, atiraste-me à cara que a globalização era um jogo de interesses maléficos económicos e politicos, e que criava cada vez menos igualdade.
Na sede de ser chefe fechei todas as portas com as trancas da indiferença e da certeza de ter cetezas.
Hoje já não sei o que é certo Tu sabes?