quarta-feira, 30 de julho de 2008

Desafio da Cleopatra


As cartas de desamor como as de amor, escrevem-se ou não se escrevem

Escrever, escrever-te neste momento em que tudo o que eu quero é afastar-me de ti, é das coisas mais dolorosas que me podem pedir para fazer.
Mas, talvez sirva de análise, de encontro de razões ou seja uma forma de exorcizar o que sinto e de ignorar o que está morto mim.

Como escrever-te uma carta de desamor se eu te amo? Como escrever-te uma carta de desamor se eu sei que nunca houve desamor entre nós.
Se tu foste, se tu és aquela que eu quero esquecer.
Pois não é verdade que se te quero esquecer é porque mais te lembro? Não é verdade que quando esquecemos nem sequer nos damos ao trabalho de o querer?
Como esquecer a mulher que comprava a mais linda lingerie para se deitar ao meu lado, que usava o perfume que mais me fazia sentir o aroma dela? Como esquecer a mulher com quem aprendi a fazer amor, a mulher que só de me tocar me fazia sentir o desconhecido?
Como esquecer esse teu olhar tão profundo que me deixava louco, perturbado, à beira de um ataque de nervos?
Muitos olhares farão isso também, mas o teu era único?
Com esquecer a seda que sempre te cobre as pernas e a maciez da tua pele que tem um brilho único, tão doce?
Com esquecer-te meu amor de olhos profundos?
A tua doçura, a tua autenticidade, o que sempre quis só para mim. O que egoísticamente quis só meu e não percebi que podia ser só meu e, não percebi que a tua alma era minha
Se há desamor amor, é da minha parte , que tu , nunca deixaste de me amar como eu nunca deixei de te querer.
O que me doi é a nossa impossibilidade, a nossa distancia, os nossos obstáculos, as nossas limitações que tu querias transformar em nada
E eu fui cruel e eu fui cego e eu fui autista.
Agora penso o quanto te terei feito sofrer, a ti que arriscavas, que nem tinhas medo de arriscar, que me querias contigo,...Lembro o teu rosto encostado no meu pescoço e a sensualidade e o prazer, a lentidão com que inalavas o meu cheiro.
E lembro o calor da tua pele na minha, a tua mão ao de leve no meu rosto e tantas tantas coisas que nunca passarão.
Onde fui que tudo se desmoronou?
Talvez tenha sido quando descobri que te amava de verdade e que na verdade não podia amar sem ti.
Talvez tenha sido no momento em que senti que eras a única mulher que amava e que de tanto amar já não podia amar-te mais, já não tinha capacidade para te dar o amor que mereces, a felicidade que mereces porque algo está morto em mim e não é o amor.
Embora digas que nada disso interessa, ofendes-me quando dizes que te bastas com a presença deste homem que sou eu. Este homem que quase não respira sem ti.
Quis esquecer-te.Sabes o que é procurar alguém que nos ocupe o espirito e sentir que é tudo tão vazio, sem sobressalto, sem calor, sem medos porque esse alguém não és tu?
Sabes o que é imaginar-te ao meu lado e ser apenas a tua lembrança que ali está?
Sabes o que é esconder as tuas cartas, apagar os sms, esconder-me de ti, de mim, de nós?
Sabes o que é ignorar a realidade?
Sabes o que é amar e pensar que nunca serás só minha?
Sabes o que é deixar tudo por ti e ficar sózinho até contigo, porque estou morto?
Sabes o que é ter apenas para te dar este homem morto que sou eu e tu teimas em amar?
Lê como desamor este amor que fez de nós dois, em vez de um.
Estou morto meu amor.
Estou morto.
-
PTM

10 comentários:

Esmeralda disse...

Ressuscita!
Ressuscita, ressuscita o amor que vos une.
Não fiques longe de quem amas, nem obrigues quem te ama a afastar-se de ti.
Se te amam, se amas, para quê a solidão, para quê o desamor?
Ressuscita as carícias na tua cara, ressuscita o teu sentir a pele de seda.
Vive…

beijocas

Lady disse...

Quando estiveres "morto"... jamais nela pensarás... por enquanto ainda estás vivo...

Jinhos

Anónimo disse...

Passei por aqui...
Não podes estar morto.
Se estivesses não estavas ~de coração aberto a falar de um desamor/amor.

há muitos olhares, muitas vidas, muitas pessoas, mas há sempre alguém que é o tal ou a tal...

é pena que normamlmente só se descobre depois de se perder...

Gostei muito de te ler.

Cleopatra disse...

"Se há desamor amor, é da minha parte , que tu , nunca deixaste de me amar como eu nunca deixei de te querer."

Ora pecador. Aqui está! Quem confessa a verdade........não merece castigo.
Manda-lhe a carta! BOLAS!!!!!!

Freya disse...

fogo...
estou sem palavras... amei

beijo

DESIRE disse...

Ui...até me fez lembrar o poema "carta de Amor" de José Régio...
Força
Bjs prometidos

DESIRE disse...

Repasso-te mais um selo Prémio Dardos!(vê o meu blog)

Bjs prometidos

Maria Inácio disse...

Olá Pecador!!
Este post deixo-me completamente emocionada.....
Nao haja a menor duvida de que esse amor foi vivido, com a mais bela ternura e doçura.
Achas que os obstaculos nao poderao ser ultrapassados¿¿¿¿
O amor nem sempre é feiro de coisas belas, se lês-te um pouco da minha historia, saberás que tive imensos entraves, mas quando se ama de verdade, esse amor jamais morrerá, apenas ficará adormecido dentro de nós.....
Vai a luta, nao desistas nunca de alguem que queres.

Deixo-te um beijo e um desejo de voltar aqui e encontrar dias mais felizes.

Inezteves disse...

É a vida...

GTL disse...

palavras sofridas
bjs